SOFRI VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA. E agora?
Agora o importante é não se calar. Não deixe pra lá. Quando você denuncia e reclama você ajuda a evitar que outras mulheres passem pela mesma coisa que você passou, além de ser uma iniciativa importante contra a impunidade e a opressão dessa classe corporativista que é a medicina. O que aconteceu com você não pode ser mudado, mas você pode ajudar a evitar que aconteça de novo ou com outra mulher.
Vou listar aqui algumas das providências que podem e devem ser tomadas:
1 – Faça um boletim de ocorrência (BO). Procure uma delegacia (normal ou delegacia da mulher) e conte o que aconteceu.
2 – Obtenha seu prontuário e junte toda a documentação, fotos, vídeos e gravações que conseguir: cartão de gestante, exames, guia de internação, contrato com hospital e recibos de pagamento, plano de parto, termos de consentimento “esclarecido”, recibo de taxa de acompanhante e, principalmente, cópia integral do prontuário da mãe e do bebê (estes documentos pertencem a mãe e o hospital é obrigado a fornecer, sem nenhum custo). Esses documentos servem como meio de prova e devem ficar em seu poder.
3 – Escreva um relato do que aconteceu, detalhando a violência sofrida e como se sentiu.
4 – Envie esse relato como forma de reclamação ou denúncia para:
a) a ouvidoria do hospital
b) a Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade
c) a Secretaria Estadual de Saúde
d) o plano de saúde (se for o caso)
e) a ouvidoria do SUS (inclusive se for plano de saúde): disque 136 (ligação gratuita) ou acesse http://ouvprod01.saude.gov.br/ouvidor/CadastroDemandaPortal.do
f) o Ministério Público Federal
g) o Ministério Público Estadual
h) a ANS (se for plano de saúde): 0800 7019656 (ligação gratuita) ou http://www.ans.gov.br/planos-de-saude-e-operadoras/espaco-do-consumidor/acompanhamento-de-solicitacoes
i) o Procon
j) o Conselho Regional de Medicina de seu estado
k) o Conselho Federal de Medicina: http://www.portal.cfm.org.br/index.php?option=com_denuncia&Itemid=61
5 – Acompanhe as suas reclamações e denúncias e, se necessário, insista até receber uma resposta que te pareça satisfatória. Não aceite respostas padronizadas!
6 – Procure um advogado ou a Defensoria Pública e inicie uma ação judicial contra a equipe médica e o hospital.
7 – Ligue 180 (ligação gratuita) e faça a denúncia.
8 – Publique seu relato nas redes sociais e em sites como http://www.artemis.org.br/violencia-obstetrica e https://violenciaobstetricablog.wordpress.com/ (e-mail para contatoviolenciaobstetrica@hotmail.com)
9 – Divulgue essas informações e incentive outras mulheres a fazerem o mesmo.
Mudar a situação de violência obstétrica depende de nós! Vamos fazer a nossa parte. Estou com vocês mulheres nessa luta.
Com amor, carinho e dedicação
Rui Ricardo Soares Melo Filho
Criador deste blog
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