A episiotomia - corte feito entre a vagina e o ânus supostamente para facilitar o parto normal, não traz qualquer benefício. A enfermeira obstetra Maíra Libertad, do Coletivo de Parteiras do Rio, diz que vários estudos mostram que o corte traz vários malefícios para a parturiente, entre eles o risco de infecção, dor no pós-parto e necessidade de uso de analgésico.
Maíra explica que a episiotomia impacta muito a vida dessa mulher no pós-parto. "Muitas tem dificuldade para amamentar por conta da dor que sentem no corte, infecção nos pontos, quelóide, enfim, ficam com uma cicatriz em uma área muito sensível, o que pode até atrapalhar a vida sexual dessa mulher", relata.
Maíra explica que as mulheres não precisam do corte, pois o corpo delas está preparado para a passagem do bebê. "O corpo vai se adaptar às necessidades do bebê sem precisar de intervenção externa por rotina", comenta. Dados da pesquisa Nascer no Brasil mostram que, entre as entrevistadas que tiveram parto normal, 53,5% sofreram episiotomia. Assim como as cesáreas, a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomenda que o procedimento seja feito rotineiramente, como tem acontecido no Brasil.
Profissionais que atendem suas pacientes e seus bebês de forma humanizada já aboliram a prática, que em 1999 foi descrita pelo médico norte-americano Marsden Wagner, da OMS, como a "mutilação genital feminina".
A episiotomia provoca, segundo a enfermeira obstetra, uma laceração de pelo menos grau 2 (são 4 graus de laceração sendo o grau 1 o mais leve). "A maioria das mulheres não teria laceração, ou seja, teria o períneo íntegro ou uma laceração de primeiro grau, que é mais superficial e nem precisa de ponto", explica. Para fugir do procedimento, é preciso buscar bons profissionais e instituições.
Fonte: http://www.maesdepeito.com.br/entenda-por-que-episiotomia-e-desnecessaria
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