O modelo de atendimento que chamamos de Humanizado no Brasil se baseia em três pilares principais:
1) a atuação baseada em evidências científicas atuais, prezando por um nascimento fisiológico e fazendo uso de intervenções de maneira pontual, apenas quando necessário;
2) a atuação em equipe multidisciplinar, onde cada membro da equipe tem suas atribuições próprias, cabendo ao Enfermeiro Obstétrico o acompanhamento do parto normal de risco habitual e ao Obstetra o acompanhamento das gestações e partos de alto risco, que requerem de suas habilidades específicas e
3) o protagonismo da paciente, que deve ser plenamente informada e participativa das decisões que envolvem a condução de seu parto e os cuidados com seu bebê.
No parto Humanizado, a mulher escolhe quem ela deseja que fique com ela durante o parto, escolhe as posições em que deseja ficar, escolhe se quer comer ou não, se quer água e quando, escolhe as melhores maneiras de aliviar sua dor, seja se movimentando, gemendo ou gritando, pode fazer uso de técnicas não farmacológicas de alívio da dor no parto, como o uso do chuveiro de água quente ou massagens, pode controlar a temperatura e luminosidade do ambiente, pode escolher quando deseja ou não deseja ser avaliada, pode escolher quando e em que intensidade deseja fazer força para colocar seu filho no mundo. No parto Humanizado, a mulher é respeitada. E o bebê também é respeitado: ele vai imediatamente para o colo da mãe e não é submetido a nenhum procedimento, a menos que haja uma real necessidade médica. Ele é estimulado a mamar ainda na primeira hora de vida e fica com sua família o tempo todo, sem interrupções, o que é comprovadamente melhor para seu desenvolvimento físico e psicológico.
O Parto Humanizado surge como uma alternativa ao parto tradicional, cujo modelo de atendimento está desatualizado e propicia situações de Violência Obstétrica. É também uma maneira de buscar diminuir as altas taxas de cesarianas do país, que são motivo de preocupação internacional.
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