O sistema obstétrico brasileiro é uma vergonha! Enquanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que apenas 15% dos nascimentos sejam via cirurgia cesariana, temos uma taxa nacional de 50%, sendo que nos hospitais privados essa taxa chega a 95% em alguns hospitais, apesar de 80% das mulheres desejarem o parto normal, no início da gestação.
Para entender melhor porque chegamos nesse nível, precisamos entender que esse sistema é como um círculo formado por vários elos de uma corrente. O primeiro elo é a má formação, quando os estudantes mal têm contato com o parto normal. O segundo elo são os convênios que pagam pouco para que o médico realize o parto. O terceiro elo são os médicos, que pela falta de experiência e por comodidade, empurram a cesárea por ser mais “controlável” para ele, fácil de encaixar em sua agenda, não atrapalhando seu dia de consultas, e financeiramente, mais vantajosa. O quarto elo são os hospitais, que também podem ter nascimentos agendados, não atrapalhando a rotina dos funcionários, e também ganhando mais dos convênios pelo uso de materiais, maior tempo de internação, e é claro, por aumentar a taxa de transferência para uti neonatal, pois também recebe do convênio para isso. Resumindo: o que era um evento familiar, virou um evento médico, e agora não passa de comércio! O quinto elo desse círculo é a falta de informação, que faz com que a gestante caia facilmente na armadilha do sistema.
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